Aos sete, Guga já trabalhava na roça da família, plantando feijão e milho e, depois, vendendo os alimentos na feira em Tucano, interior da Bahia. Na adolescência, teve a própria banca onde vendia carne.
Repetiu três vezes a oitava série e, aos 18, decidiu que teria destino diferente dos irmãos, que abandonaram os estudos no ensino fundamental.
Hoje, o imunologista Gustavo Cabral de Miranda, 38, com pós-doutorado na Universidade de Oxford, integra o time de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que, em conjunto com o InCor (Instituto do Coração), busca desenvolver uma vacina contra o coronavírus a partir de partículas semelhantes a vírus, as VLPs (virus-like particles).
Em entrevista ao Portal De Olho na Cidade, Gustavo defende a criação de novas tecnologias dentro do Brasil.
“Estou estudando desenvolvimento de novas tecnologias, estudando novas formas de aplicar a tecnologia na saúde. Tivemos que readaptar os projetos, mas a parte de desenvolvimento tecnológico, estamos indo muito bem. É algo que precisamos até abrir os olhos da sociedade para começarmos a produzir novas tecnologias aqui no Brasil, temos que parar de pensar que tudo tem que vim de fora, podemos produzir as coisas aqui no país.” Contou.
No fim de 2019, Miranda teve seu projeto sobre o uso das VLPs aplicadas em vacinas para o vírus da zika e da chikungunya aprovado pela Fapesp. Em março do ano passado, com a pandemia, mudou o alvo para o novo coronavírus.
“Temos equipes trabalhando com chikyngunya, com zika, com dengue, e espero que possamos ter muita tecnologia em breve, para ter resposta como os outros países tiveram. Meu objetivo é conseguir fazer isso aqui no brasil, ter um alto grau de tecnologia.” Afirmou o Doutor.
0 comentários:
Postar um comentário