2 de julho: Entenda como independência da Bahia também foi uma conquista nacional






 2 de julho: Entenda como independência da Bahia também foi uma conquista nacional

O Primeiro Passo para a Independência da Bahia/Pintura de Antônio Parreiras

Neste domingo (2), o estado baiano celebra o bicentenário da independência, conquistada no ano de 1823, contando com a participação de diversos nomes heróicos, como Maria Quitéria. Embora seja considerado feriado apenas na Bahia, a conquista foi importante para todo o território brasileiro.


Mesmo após a independência do Brasil, decretada no dia 7 de setembro de 1822, algumas tropas portuguesas ainda permaneceram em solo brasileiro, dentre eles, Salvador.


Por mais de 17 meses(de fevereiro de 1822 a julho de 1823), a Bahia guerreou contra as tropas portuguesas. Foi na manhã do dia 2 de julho de 1823, que o exército brasileiro retornou, vitorioso, à Salvador. Com a vitória do Exército e da Marinha do Brasil na Bahia, consolidou-se a separação política do Brasil de Portugal.



“As guerras lutadas na Bahia tiveram consequência diretamente na unidade nacional. Se não tivéssemos combatido e vencido nessas guerras, não iríamos ter o mapa do Brasil que temos hoje, porque a região baiana, que naquela época era de suma importância do ponto de visto portuário, e, consequentemente, uma parte do Nordeste teria sido perdida. E sem toda essa área do Nordeste, não teríamos o Brasil como conhecemos agora, poderíamos ter até duas ou três nações”, explica o professor de história, Sócrates Melo


Assim, para muitos estudiosos, o 7 de setembro é uma data simbólica, já que muitas tropas portuguesas ainda não haviam se emancipado do Brasil, principalmente em localidades da região Nordeste. A importância do 2º de julho é refletida no próprio hino do estado baiano, que diz “Nasce o Sol a 2 de Julho, brilha mais que no primeiro. É sinal que neste dia, até o Sol é brasileiro”.



Foto: Montagem/De Olho na Cidade/Hino Baiano

MARIA QUITÉRIA: A HEROÍNA DA INDEPENDENCIA


Uma das principais avenidas da Princesa do Sertão homenageia uma das maiores heróinas da independência: Maria Quitéria. Apesar de lembrar muito um conto de fadas da Disney, a trajetória de Maria Quitéria é sinônimo de luta, pois a cidadã se disfarçou de homem para lutar nas forças armadas e defender seu povo, sendo a primeira brasileira a entrar para o exército.


Em Feira de Santana, a história da heroína é exposta para toda a população no Casarão Olhos D’Água. Além disso, ela já foi protagonista de livros, histórias em quadrinhos, obras audiovisuais, e peças de teatro.


Em homenagem a heróina, o grupo Cordel de teatro criou o espetáculo “Quitéria”, sob direção de Geovane Mascarenhas e com o protagonismo de Júlia Lorrana. No espetáculo, o público pode conhecer toda a trajetória valente de Maria Quitéria, importante para a história do estado, mas também para o empoderamento feminino.



“Muita gente só conhece essa parte onde os livros contam que ela se vestiu de homem e tudo mais e é justamente isso dentro do espetáculo que a gente deu uma ‘quebrada’, tentamos humanizar a Quitéria, mostrar a história dela desde o início, de quando ela nasceu até sua morte. E ela é marcante justamente por ir contra todo todo um padrão que a sociedade da época queria para as mulheres, ela estava a frente do seu tempo. Então, ela é marcante justamente por enfrentar essas essas barreiras essas limitações que eram impostas e por defender seu estado e o seu país”, diz a atriz Júlia Lorrana.



Foto: Divulgação

Para Lorrana, por ser uma mulher que foi contra todo o machismo e patriarcado da época para lutar pelo que ela acreditava, Maria Quitéria é uma inspiração: “Toda pessoa que se dispõe a seguir de fato aquilo que acredita em prol de algo muito maior, se torna muito marcante.”

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