A Polícia Civil de Feira de Santana vai realizar uma reconstituição do crime que matou a adolescente Lauriane Bastos de Araújo, 16 anos, que ocorreu por volta das 9h de domingo (27), na cozinha de uma residência na Rua Lírio do Vale, no Jardim Sucupira, em Feira de Santana.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade (Delegado Rodolfo Faro)
Segundo o delegado Rodolfo Faro, existem muitas contradições nos depoimentos das testemunhas e por isso vai haver essa reconstituição para sanar todas as dúvidas com a presença das testemunhas. O irmão da vítima era o principal suspeito de ter praticado o crime, porém ele se apresentou na delegacia nesta terça-feira (29), prestou depoimento e apontou uma amiga da vítima como a autora do disparo, que teria ocorrido acidentalmente.
“Existem muitas questões nebulosas. A gente deve aguardar a conclusão dos laudos periciais para que a reconstituição seja agendada e a gente faça esse procedimento junto com os envolvidos. O irmão que era o principal suspeito alegou que se encontrava no momento do disparo do lado de fora da residência, informação que foi confirmada pelas adolescentes que estavam junto. A principal suspeita nega, mas também não afirma o que de fato aconteceu e não explica nada, o que nos leva a ter que fazer uma reconstituição do crime junto com o Departamento de Polícia Técnica para tirar essas dúvidas”, informou.
O delegado Rodolfo Faro destaca que a polícia não descarta nenhuma tese e diz que pelo que foi levantado até então pode ter sido um homicídio culposo, praticado por uma adolescente que era amiga da vítima. Ele diz que segundo os relatos, uma das adolescentes e o irmão da vítima se encontravam mais afastados do local onde o tiro aconteceu e alegam que não viu o momento do disparo, apenas ouviram.
O advogado Guga Leal, que apresentou o irmão de Lauriane na delegacia, informou que delgado colheu todas as provas necessárias e identificou que ocorreu um fato isolado dentro da residência, onde veio a acontecer um acidente entre a vítima e uma amiga.
“Ele foi interrogado e o delegado entendeu que ele não era o autor do disparo. Ele veio aqui e esclareceu os fatos. Ele estava do lado de fora junto com a namorada e uma criança quando ouviu os tiros. Ele voltou a residência e viu a irmã desfalecida e a amiga gritou que a arma disparou e todos correram”, relatou.
Arma do crime
A arma do crime, segundo a polícia, pertencia ao irmão da vítima. O delegado informa que ele alega que já tinha essa arma há algum tempo e que a arma estava em cima da geladeira quando supostamente a pessoa que efetuou o disparo pegou e ocorreu o tiro acidental.
Welton Bastos de Araújo, irmão de Lauriane, tem 18 anos e está internado em semi liberdade na instituição Resgate Cidadão, localizada na Adenil Falcão. A instituição é ligada a Fundac. O delegado Rodolfo Faro informou que ele tem uma passagem por roubo, já esteve internado no Melo Matos e teve uma progressão de regime, passando para no semiaberto.
“Durante o dia ele sai para fazer cursos e durante a noite se recolhe. Durante o fim de semana ele foi liberado, esteve em uma festa e estava com essa arma em casa alegando que estava sendo ameaçado, mas ainda vamos checar essas informações”, salientou.
Rodolfo Faro informou ainda que em razão do irmão da vítima ter sido visto fugindo do local do crime com uma arma em punho, levou a polícia a acreditar que ele poderia estar envolvido no crime. Mas ele alegou que por estar em regime de semi liberdade, fugiu e descartou a arma por medo.
O advogado de Welton Bastos confirmou que a arma pertencia a ele da época em que foi preso, em 2017, e disse que ele não sabia que a arma permanecia dentro da residência. “A arma ficou sob guarda da irmã que foi assassinada”, disse.
Todos os suspeitos de participação no crime seguem em liberdade, já que não houve flagrante. Segundo o delegado, a polícia não entende indícios suficientes da autoria e vai concluir o inquérito.
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