Chega até ser engraçado, principalmente quando volta e meia, em um grupo de vendedores, quem passa por perto ouve alguma “resenha” e até um breve desentendimento entre colegas. Logo cedo, nas primeiras horas da manhã, os vendedores de chips de celulares já estão distribuídos em grupos pelas ruas de Feira de Santana. Eles ficam em pontos fixos e na maioria das vezes são jovens na experiência do primeiro emprego.
Há quem goste dos vendedores e não se incomode, principalmente os clientes que encontram o chip que precisam e aqueles comerciantes do centro que também os têm como clientes. Mas, há também quem se incomode e reclame da presença deles no centro da cidade. Nesta terça-feira (22), a prova disso aconteceu e um grupo de vendedores foi notificado por fiscais da prefeitura. Segundo os fiscais, a ação foi parte do trabalho de requalificação do centro comercial.
Vanessa Oliveira, supervisora da Rede Flex, empresa que é distribuidora de chips de recarga de celular, declarou que existe em Feira de Santana uma perseguição aos vendedores de chips de celulares. Segundo ela, o local que mais chegam queixas é próximo a igreja Senhor dos Passos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Tem um padre na igreja que toda vez reclama mas não se identifica. Eu cheguei até a ir na secretaria para falar com ele, mas ele não quis aparecer para falar comigo. Ele persegue o pessoal por ficar no ponto, foram proibidos de ficarem lá. Eu estive com os fiscais e disseram que era proibido a presença de bancas e colocar cartazes nos postes. Porém, não existe lei que proíba o promotor de vendar a ficar na rua. Minha mercadoria tem nota fiscal e não existe lei que proíba”, comentou.
A supervisora contestou a notificação da prefeitura frisou que não há motivo de existir tal perseguição. Para ela, não há nada errado com os vendedores de chips no centro da cidade.
“Estou com a representante administrativa da empresa e ela vai até a secretaria pra pegar o alvará, a autorização os promotores ficarem na rua trabalhando. Não deveria ter essa perseguição”, acrescentou.
O chefe da divisão de mercado de feira livre da Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Cristiano Gonçalves relatou que não existe problema diretamente com os vendedores de chips. A solicitação é que as empresas que contratam essas pessoas compareçam a secretaria para receberem uma autorização para a realização do comércio do produto.
Ele afirmou que não é apenas sobre a presença em frente a igreja, mas em outros locais. Na igreja, de acordo com ele, até os fieis comentam do barulho.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Seja lá o que for, comércio, divulgação, panfletagem tem que ter uma autorização da secretaria. A comercialização vem acontecendo há muito tempo. Estamos em um projeto de requalificação do centro comercial de Feira de Santana e inclusive estamos conversando com os vendedores ambulantes de carrinhos de mão, de barracas. Temos o centro comercial popular em fase de construção e chegou o momento desse pessoal ser relocado para lá. Na porta da igreja existe uma determinação da nossa fiscalização de ter um cuidado especial porque fazem muito barulho e acabam atrapalhando a missa, as orações das pessoas e a gente está solicitando esse cuidado”, disse.
Cristiano pontuou que não houve expulsão dos vendedores de chips . As empresas receberam uma notificação para que compareçam a secretaria e tenham a autorização do secretário para atuarem.
“Que venham fazer isso de forma adequada, ordeira e com autorização da secretaria competente”, finalizou.
A Igreja Senhor dos Passos colocou inclusive uma placa que destaca a proibição do comércio ambulante em sua calçada e diz que o local é um patrimônio histórico tombado Instituto I do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
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