
Feira de Santana amanheceu de luto com a morte de Nilton Rasta, músico, artesão e líder cultural que dedicou mais de três décadas à valorização da identidade afro-brasileira. O artista, de 62 anos, faleceu na manhã desta segunda-feira (29) após lutar contra um câncer de próstata.
Amigos e companheiros de jornada cultural expressaram a dor pela perda e relembraram o legado do percussionista, presidente e um dos fundadores do afoxé Pomba de Malê, símbolo da cultura afro-feirense.
O cantor Roberto Kuelho descreveu Nilton como um verdadeiro embaixador de Feira de Santana.
“Era um artista que a cidade tem que bater no peito e sentir orgulho de ter como filho. Nilton levava Feira para outros lugares, morou no Japão, foi entusiasta da capoeira, criador de blocos culturais. Ele era um artista completo, criava instrumentos e transmitia ensinamentos de música e sociabilidade. Sempre tinha algo positivo para compartilhar”, recordou.
Para Libu do Reggae, a perda deixa um vazio na cena cultural.
“Muito triste essa passagem do nosso amigo Nilton Rasta para outro plano. Que Deus conforte a família e os amigos. A cultura de Feira está de luto e vai sentir muita falta.”
O cantor Dionorina lembrou do início da trajetória artística ao lado de Nilton.
“Feira de Santana perde um grande artista, um grande homem, um lutador. É dolorido perder um companheiro de batalha, mas que ele esteja bem”, disse.
Também emocionado, o cantor Gilsan destacou a contribuição de Nilton para a consciência étnico-racial na cidade.
“Ele deixou um grande legado cultural. Foi um dos idealizadores do Afoxé Pomba de Malê, ajudou no processo de harmonização e conscientização da Rua Nova. Só nos resta manter viva a memória de Nilton Rasta.”
O velório acontece nesta segunda-feira, a partir das 15h, na Rua dos Bandeirantes, 134. O sepultamento será realizado amanhã, às 10h, no Cemitério São João Batista.
*Com informações do repórter Robson Nascimento
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