A Avenida atraiu uma multidão de foliões como há alguns anos não se via no Carnaval de Salvador e comemora o fim do esvaziamento do circuito Osmar, conforme publicado pelo bahia.ba. Na terça-feira (21), quando foram privilegiados os foliões pipoca, um mar de gente pulou junto atrás de nomes como Xanddy Harmonia, Psirico, Daniela Mercury, Durval Lellys, Léo Santana e Saulo Fernandes. A alegria foi compartilhada por novos foliões e também por quem já sentia saudade de ir atrás do trio pelo Campo Grande até a Castro Alves.
“Tá barril, irmão, barril dobradíssimo”, disse o comerciário José Francisco Araújo, de 38 anos. “Se continuar nessa pegada, nunca mais Barra. Até porque eu moro aqui pertinho e dá para vir andando. Acho que não peguei os melhores anos do Circuito do Campo Grande, mas acho que esse ano, para quem viveu os melhores tempos, deve ter chegado perto”, complementou o comerciário.
No momento em que Durval Lellys passou pela Avenida, o casal de namorados Patrícia Vieira, 23 anos, e Felipe Conceição, 29 anos, começou a pular. Antes, eles disseram que em carnavais anteriores tinham ido para a Barra, mas que nesse ano escolheram vir ao Circuito Osmar. “Amigos nossos vieram no domingo e ontem. Aí a gente decidiu vir hoje para cá também. Pelo que já vimos, está muito bom”, disse Patrícia.
“Eu sempre amei o Carnaval aqui do Centro. Mesmo ficando aqui mais no cantinho, só observando e não mais pulando como fazia quando era mais jovem, eu estou gostando muito de ver que aqui está muito mais animado”, disse a vendedora aposentada Ivaneide Soares, 58 anos. Ela disse que agora fica somente no alto da Avenida Santa Rita, diante das primeiras arquibancadas. “Antes eu ia até a Castro Alves, mas hoje o joelho não deixa mais”, brincou.
A realidade do circuito mais tradicional do Carnaval soteropolitano mudou com o lançamento da iniciativa Cole no Centro no Carnaval 2023. A Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), propôs um conceito inovador para a folia no Centro da capital baiana, conectando o Campo Grande, a Praça Castro Alves e o Pelourinho numa plataforma cultural com a marca da identidade soteropolitana. O objetivo foi alcançado e conquistou novos públicos para este polo da festa, especialmente a juventude negra da cidade.
Para aliar a tradição dos clássicos da festa e do Circuito Osmar (o mais antigo da folia) com as novíssimas expressões das músicas baiana e brasileira, a programação do Cole no Centro se desdobrou em 12 projetos temáticos, animados por mais de 100 atrações de diversos gêneros, incluindo 28 artistas (entre eles Léo Santana, A Dama, Thiago Aquino e Timbalada), arrastando a multidão com o trio sem cordas pelo percurso que atravessa o Campo Grande, a Avenida Sete de Setembro, a Praça Castro Alves e a Avenida Carlos Gomes.
Encontro de Trios – É ainda na Praça Castro Alves que o tradicional Encontro de Trios foi retomado em grande estilo, reunindo Afrocidade ao lado de Baco Exu do Blues e Carlinhos Brown em parceria com Àttooxxá.
Demais atrações – Além disso, o variado cardápio de atrações do Cole no Centro, que já contou com o Furdunço do Centro na última sexta (17), ofereceu aos foliões soteropolitanos e visitantes o Palco Brisa, que reedita o sucesso do último Festival da Virada, desta vez no Espaço Cultural Barroquinha, até a terça (21).
Até lá, o Palco Multicultural destaca o balanço do reggae, com direito à apresentação do rei Edson Gomes, bem como o Desfile das Fantasias de Luxo LGBTQIA+, na Praça Municipal.
A Arena do Samba, por sua vez, celebrou o ritmo mais simbólico do Brasil na Praça da Cruz Caída; enquanto o Coreto das Orquestras levou a beleza da música instrumental às famílias no Largo do Santo Antônio; e a Varanda da Folia não deixou ninguém ficar parado nos intervalos dos trios que eletrizam o Campo Grande.
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