Representantes do comércio afirmam que prorrogação do lockdown pode virar um caos

 FEIRA DE SANTANA

Representantes do comércio afirmam que prorrogação do lockdown pode virar um caos
Os representantes da classe empresarial de Feira de Santana se manifestaram em relação à prorrogação do decreto que fecha os serviços não essenciais na cidade. Em entrevista ao De Olho na Cidade, o presidente da Associação Comercial da cidade, Marcelo Alexandrino, disse que é contra o lockdown e que a solução é a ampliação de leitos de UTI.
 
"Somos contra o lockdown, sabemos que os leitos estão ocupados, que a situação está grave, mas o Governo do Estado, eles devem buscar ampliar o número de leitos. Eu sei que a prefeitura está tentando isso, mas para Feira de Santana, 18 leitos é muito pouco. Hoje ele me falou que a rede privada está ampliando também, o que é importante, mas o município não é isolado. É lamentável, o comércio está sofrendo, de dois em dois dias você abre e fecha, não tem condições. O governo precisa inclusive pensar em contrapartidas, prorrogar ICMS, medidas que sejam compensatórias, principalmente o setor de bares e restaurantes que está em situação lastimável, a situação é muito preocupante. O prefeito falou que não poderia ir contra o decreto estadual, mas eu digo aqui, a população, os empresários da cidade estão aqui para apoiá-lo para encontrarmos uma solução para esta ideia que entendemos que é totalmente errada.", disse Marcelo. 
 
Segundo ele, a classe foi surpreendida, pois o prefeito havia se comprometido em não fechar o comércio a partir desta segunda. "Pensamos que seria mantido o que foi dito por ele, e claro que a pressão do governo do estado é muito forte e isso tem feito ele pensar. Mas ele tem o nosso apoio para ir contra esta decisão, no nosso entendimento é contrário à lógica. Não é o centro da cidade que está gerando a aglomeração, a contaminação, não é o comércio aberto, os restuarantes abertos, todos seguindo os protocolos, não é o vetor de contaminação. Os governos, tanto municipal, quanto estadual, devem estar preocupados com o transporte público, e devem buscar soluções e não fechar comércio, pois vão causar um problema muito grande de desemprego e cai também a arrecadação do município.", afirmou.
 
Marcelo ainda disse que não houve uma ação dos governos para ajudar a melhorar a situação das empresas. "Houve uma ação para minorar a situação das empresas, agora uma ajuda para você endividar as empresas, pois elas não estão em condição de abrir, pois estão sendo obrigadas a fechar pelo governo, então é uma ajuda para endividar. Não vi em momento nenhum uma ação compensatória de verdade, para baixar imposto A, imposto B, tirar taxas, isentar determinados seguimentos que mais sofreram, não vejo ações neste sentido.", concluiu. 
 
Já o presidente da Câmara dos Dirigentes Logistas de Feira de Santana, Luiz Mercês, afirmou que está provado que o lockdown não funciona e que a classe vai levar documentos até o prefeito Colbert Filho. "É surpresa, pois nós não acreditamos em lockdown, existem muitos estudos que mostram que ele atrapalha ao invés de ajudar. Um funcionário, seja de qualquer loja, ele usa máscara, álcool em gel, proteção, esse mesmo funcionário que está em sua casa, está desprovido de tudo e pode ter contato com outras pessoas de fora e aí sim que vem o perigo, elas no trabalho não vão fazer isso. Até o próprio governador, num episódio recente, do Carnaval, suspendeu o ponto facultativo, colocando as pessoas no trabalho para não aglomerar outras áreas. As empresas contribuem para a solução do problema, se mantém o distanciamento, todas as precauções. O comércio não tem culpa. É uma visão equivocada, pois nós deveríamos estar amparando, mantendo o emprego das pessoas, agora se existem bares que não cumprem estes protocolos, devem ser fechados, mas não devem fechar todos que estão cumprindo os protocolos. O comércio quer ajudar e não atrapalhar.", disse. 
 
Luiz ainda disse que é o momento de se manter o diálogo entre os governos, para que os empregos e as vidas das pessoas sejam preservadas. "Entendemos a posição do prefeito, ele precisa entender melhor tudo isso, preparamos um trabalho para mostrar e estamos lutando para que a gente consiga salvar vidas e empregos, que é muito importante. Muitas empresas estão no processo de fragilidade absoluta, a maioria teve que pegar empréstimos que estão vencendo agora, junto com toda a situação econômica que estamos vivendo, isso é um caos. Esta é uma semana de pagamento de salários e as lojas fechadas, será um caos. Estamos criando um problema muito maior. As pessoas estão desequilibradas psicológicamente, sem recursos para muitas coisas, não podemos consertar uma coisa, destruindo outras, o momento sem auxílio, sem pronampe, é caos absoluto, é preciso que os governos tenham boa vontade para ver tudo isso. Desemprego e empresa quebrada não é bom para ninguém. Estamos muito preocupados, vamos nos reunir com o prefeito, ele é uma pessoa acessível, é um momento difícil para ele também, nós sabemos. Depois que a gente mostrar tecnicamente o que é o lockdown e a situação das empresas, tenho certeza de que ele será sensível, precisamos abrir diálogos com prefeitos, governador, classe empresarial para se encontrar uma alternativa, precisamos de um diálogo sadio, que contemple saúde, mas que não mate a econômia.", concluiu. 
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