
Nesta segunda-feira (08), a Polícia Civil de Feira de Santana retornou à loja da Avenida Getúlio Vargas que, na semana passada, foi alvo da Operação Contraface, resultando na apreensão de cerca de R$ 2 milhões em produtos falsificados. Ao chegar ao local, os agentes encontraram o lacre colocado pela Prefeitura violado e grande parte das mercadorias retirada, configurando novos crimes.
O coordenador da Polícia Civil, delegado Rafael Almeida, acompanhou a ação e confirmou que a equipe se deparou com indícios claros de violação do lacre e furto do material apreendido.

“Quando chegamos, verificamos que o lacre da Prefeitura havia sido rompido. De imediato, chamamos a Polícia Técnica para realizar a perícia, porque isso já caracteriza crime. Além dos delitos que já estavam sendo investigados, agora temos a violação de lacre e possivelmente furto,” afirmou.
Segundo o delegado, não houve sinais de arrombamento.
“A porta é muito resistente e não apresentou danos. A perícia ainda vai confirmar, mas tudo indica que a loja foi aberta com chave. Isso leva a crer que os próprios responsáveis pelo material entraram e retiraram as mercadorias,” explicou.
Ele também destacou que os suspeitos tentaram “maquiar” o local, reorganizando as peças restantes na vitrine e nas araras.
“Foi algo pensado. Arrumaram tudo para parecer normal, mas as prateleiras vazias mostram que muita coisa foi levada,” completou.

O delegado informou que a Polícia Civil já possui imagens de veículos e pessoas envolvidas na ação, além de documentos apreendidos anteriormente.
“Temos imagens do dia da retirada do material, documentos da empresa, contatos dos responsáveis e registros dos equipamentos usados para emitir boletos. É fácil identificar quem fez isso. Eles agravaram a situação e agora vão responder por mais crimes,” destacou.
O coordenador da Secretaria da Fazenda (Sefaz) em Feira de Santana, Eliézer Oliveira, também esteve no local.

“Encontramos o estabelecimento com cerca de 70% das mercadorias subtraídas. Não houve arrombamento, então tudo indica que entraram com chave. Pelo estado em que deixamos na quinta-feira e como encontramos hoje, é evidente que houve retirada planejada,” afirmou.
Eliézer explicou que itens de maior valor, como perfumes, relógios e tênis das categorias mais caras, foram os primeiros a desaparecer.
“Esses produtos tinham lacres e marcações de valor. Os tênis mais caros, por exemplo, praticamente todos foram levados,” relatou.
A Sefaz realiza, nesta fase, a triagem entre os produtos nacionais e estrangeiros, além dos itens considerados falsificados.
“Mercadorias estrangeiras são encaminhadas à Receita Federal. Já identificamos que parte do material é nacional, mas falsificado dentro do Brasil. Também encontramos produtos sem nota fiscal,” explicou.
Sobre as máquinas de cartão encontradas no local, ele informou: “Havia oito máquinas. Hoje encontramos apenas quatro ou seis. Fizemos a apreensão para notificar o contribuinte responsável, que é de São Paulo. Algumas máquinas estavam sem uso, mas outras já não estavam mais aqui,” disse.
Polícia Civil e Sefaz seguiram recolhendo o material restante. A perícia técnica vai identificar exatamente o que foi levado e como ocorreu a violação.
“Eles sabiam o que estavam fazendo e acharam que não seriam punidos. Mas a investigação está avançada e vamos chegar aos responsáveis,” concluiu o delegado Rafael Almeida.
*Com informações do repórter Rafael Marques
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