Homem descobre que estava juridicamente morto após dar entrada em hospital



Homem descobre que estava juridicamente morto após dar entrada em hospital
Foto: ASCOM/HGCA

O entregador de gás Rafael da Silva Santos foi surpreendido após dar entrada no Hospital Geral Clériston Andrade. Ao chegar na recepção do hospital acompanhado de sua esposa, descobriu que, oficialmente, estava morto.

Rafael relatou que o incidente começou após sofrer um acidente de moto no dia 21 de abril ele foi socorrido pelo SAMU e levado ao hospital Clériston Andrade. No entanto, a surpresa maior veio durante o processo de admissão.


 “Minha esposa foi fazer minha ficha, ao chegar lá, ela teve a surpresa. A recepcionista falou que eu estava morto, se era eu mesmo que estava dando entrada no hospital. Minha esposa falou: ‘Não, é ele mesmo, olha o documento dele aí’. A recepcionista foi conferir e voltou dizendo: ‘Rapaz, você está dado como morto aqui’. Falei: ‘Sério, eu nunca dei entrada aqui, a única entrada que eu dei aqui foi há uns dez, oito anos, mas foi com a mesma identidade’. Fizeram outra ficha e me internaram,” contou Rafael.

Após ser internado, Rafael enfrentou outra dificuldade ao tentar movimentar uma de suas contas bancárias, 19 dias depois. Todas as transações estavam bloqueadas. Decidido a resolver a questão, ele foi até a Receita Federal, onde descobriu que estava registrado como falecido.

“Quando consultei a Receita Federal, estava lá: titular falecido. Procurei a Polícia Civil, primeiro procurei o cartório para emitir a certidão de óbito para prestar uma queixa. Só que o cartório não me forneceu o documento, disse que eu teria que pagar uma quantia de R$ 200,30. Mesmo após o pagamento, não forneceram porque não tinha ordem judicial. Fui para a Civil prestar a queixa, mas disseram que não havia como fazer muita coisa, porque não tinha como provar se eu estava falando a verdade ou se eu era o falsificador. A Polícia Civil me deu um prazo de 30 dias para entregar uma certidão de nascimento averbada com o dia do falecimento, 27 de fevereiro, e a documentação da identidade com a qual deram entrada no hospital,” explicou.

O advogado de Rafael acredita que houve um erro do cartório.

“Quando conto isso para as pessoas algumas riem, outras ficam surpresas. Eu mesmo, se procurar qualquer atendimento de saúde, as pessoas olham para minha cara desconfiadas, outros dão risada, brincam, mas para mim o caso é sério. Minha vida está parada, não posso fazer minha fisioterapia pelo SUS, tudo está sendo pago pelo meu patrão e pelo responsável pelo acidente. Está sendo muito difícil. A única coisa que eu quero é que resolvam esse problema do óbito, para poder dar entrada no meu seguro, no INSS e voltar a ter uma vida normal,” desabafou.

*Com informações do repórter Danillo Freitas

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