Dados da pesquisa ‘De mãe para mãe’ revelou dados alarmantes sobre a saúde mental das mães no Brasil. Segundo o estudo, realizado com mais de 800 participantes em todo o país, 97% das mulheres entrevistadas afirmaram sentir-se sobrecarregadas quase todos os dias da semana, enquanto 94% relataram um estado de exaustão constante.
A pesquisa também destacou que duas em cada três mulheres classificam sua saúde mental como péssima. Mais da metade das entrevistadas admitiu já ter procurado ajuda profissional para lidar com esses desafios.
A psicóloga Fernanda Ribeiro compartilhou suas observações e reflexões sobre a maternidade e a saúde mental.
“Falar sobre a maternidade é abordar uma série de desafios e atribuições que as mães enfrentam. Cada vez mais, somos encarregadas com expectativas e estigmas associados à figura materna. Desde o nascimento do filho, carregamos o peso desse amor materno, muitas vezes acompanhado de culpa e cobranças”, reflete Fernanda.
Ela destaca a importância de reconhecer a complexidade desse amor materno e como ele se desenvolve ao longo da jornada da gestação e do crescimento do bebê. No entanto, ressalta que essas expectativas podem exercer um grande impacto na saúde mental das mães, desde a gestação até os primeiros anos de vida da criança.
“A culpa é um dos fatores que mais afeta as mães. Além disso, as mudanças hormonais durante a gravidez e pós-parto podem desencadear diversos transtornos mentais. É fundamental ter um olhar atento e cuidadoso para com as mães, oferecendo apoio, empatia e compreensão”, enfatiza a psicóloga.
Fernanda também ressalta a importância de uma rede de apoio sólida para auxiliar as mães durante esse período desafiador.
“A presença de uma rede de apoio, seja o pai, familiares, vizinhos ou amigos, é valiosa. No entanto, é essencial que essa rede não imponha mais cobranças à mãe, mas sim a ajude a enfrentar os desafios com amor e compreensão”, destaca.
Ela destaca alguns sinais de alerta para problemas de saúde mental entre as mães, como tristeza excessiva, cuidado obsessivo com o bebê e isolamento social.
“Se perceber esses sinais, é importante buscar ajuda profissional, seja nos postos de saúde, com médicos ou psicólogos. O amor e a empatia são fundamentais para enfrentar esses desafios, tanto para o bem-estar da mãe quanto para o do bebê”, conclui Fernanda.
*Com informações da repórter Isabel Bomfim
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