A cada quinze horas uma mulher foi morta por causa de seu gênero em 2023, majoritariamente pelas mãos de parceiros e ex-parceiros – mais de 70% dos casos – munidos de armas brancas ou de fogo. No total 586 casos de feminicídio foram registrados em 2023. Os dados revelados são do novo boletim “Elas Vivem: liberdade de ser e viver”, da Rede de Observatórios da Segurança, divulgado nesta quinta-feira (7).
Ainda conforme o boletim, a cada 24 horas ao menos oito mulheres foram vítimas de violência em 2023 – em oito dos nove estados monitorados (BA, CE, MA, PA, PE, PI, RJ, SP). No total, 3.181 registros – o que representa um aumento de 22,04% em comparação a 2022, quando Pará e Amazonas ainda não faziam parte deste monitoramento.
Ameaças, agressões, torturas, ofensas, assédio, feminicídio. São inúmeras as violências sofridas que não começam ou se esgotam nas mortes registradas. De acordo com a secretária da Mulher, Gerusa Sampaio, os dados representam uma realidade cruel. Mas com a ajuda da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, em Feira de Santana, é possível quebrar o ciclo da violência.
“As mulheres que tiveram a coragem de quebrar o silêncio e denunciar merecem todo nosso respeito. Em Feira o serviço de proteção à mulher possui uma rede fortalecida e preparada para amparar as mulheres e a família, com muita credibilidade. É uma assistência efetiva que a mulher pode confiar”, afirma.
Ainda segundo Gerusa Sampaio, no município os números de denúncia de violência contra a mulher cresceram, mas os de feminicídio não. “Isso aponta a eficácia da atuação da rede de proteção à mulher, especialmente por termos uma delegacia e ronda policial específica como a DEAM e a Ronda Maria da Penha. Mesmo assim, precisamos cada vez mais de políticas públicas para reduzir os índices”, destaca.
ASSISTÊNCIA ÀS VÍTIMAS
No Centro de Referência Maria Quitéria (CRMQ), a vítima encontra apoio na rede de proteção à mulher. O órgão tem como principal objetivo apoiar as mulheres vítimas de violência. Os serviços oferecidos incluem atendimento multiprofissional, orientação para registro de ocorrências, solicitações de medidas protetivas e encaminhamentos para cursos profissionalizantes.
Todas as mulheres que estiverem inseridas em contextos de violência podem procurar o órgão no endereço: rua Barão do Rio Branco, 1723, Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h – sem intervalo.
Feira de Santana também possui o Programa Acolhe – iniciativa do Instituto Avon em parceria com a Secretaria da Mulher – e a Casa Abrigo Regional (destinada a vítima de violência em risco de morte), alguns dos programas de acolhimento que dão suporte a mulheres vítimas de violência que não tenham um vínculo familiar fortalecido ou um local seguro quando é necessário o distanciamento de suas casas.
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