A cantora Gal Costa não foge ao lugar comum: os anos passaram – a sua estreia aconteceu há mais de 50 anos, mas a voz poderosa continua a mesma. Foi o que milhares de pessoas viram e aplaudiram na noite de segunda-feira (18), na Praça Padre Ovídio, na segunda noite do Natal Encantado.



Foto: Silvio Tito/ Secom

As suas interpretações são autorais. Únicas. Estava à vontade no grande palco dividido apenas com o violonista e guitarrista Guilherme Monteiro, no show “Espelho d’água”. Em certo momento revelou que montou um set list adequado para apresentação numa praça. Mas, nas entrelinhas, mostrou-se enganada.

"Estamos numa praça pública, mas é como se estivesse em um teatro”, afirmou para delírio da plateia, depois de algumas frases protocolares. O comportamento dos presentes, a atenção, o respeito, e a capacidade para eventos musicais, afirmou, “é uma grandeza nossa”. E foram muitos os grandes sucessos revisitados pela cantora, musa da tropicália.

A interação com o público foi quase que imediata. A partir da quinta música, “Folhetim”, cantora e espectadores começaram a falar a mesma língua musical – as três primeiras não eram conhecidas pela plateia. E foi assim, chamando os presentes para cantar com ela, até o final. Em alguns momentos parecia que regia a multidão, em grande coro.

 

Gal Costa cantou algumas canções emblemáticas da sua carreira, das décadas de 70, 80 e 90. “São seguidas pelos jovens que se voltam às décadas passadas”. São pessoas que nem sempre a vê nos palcos. Cantou “Vaca profana”, “Negro amor” – versão de uma música de Bob Dylan, “Tigresa”, “Baby”, “Trem das onze” – num improviso.

“Meu nome é Gal”, quando ‘conversa’ com a guitarra e mostra todo o seu potencial vocal, “Dia de domingo” e “Gabriela”, foram três músicas de presente ao público, no bis.

Robson Miguel mostrou porque é um dos melhores violonistas do mundo



Foto: Silvio Tito/ Secom

O violão da marca Takamine é o único parceiro de palco do capixaba Robson Miguel. Instrumento e músico se completam numa apresentação que os ouvidos testemunham sons que os simples mortais julgam impossíveis de serem tirados daquelas seis cordas.

Os dedos hábeis do violonista deslizam sobre as marcações do instrumento. O resultado pôde ser visto na praça Padre Ovídio logo após a apresentação da cantora Gal Costa, na noite desta segunda-feira, durante a apresentação do músico, no Natal Encantado.

Robson Miguel passeia por todos os ritmos, do clássico à bossa nova. Das rapsódias infantis de Villa-Lobos – durante a apresentação de “Trenzinho caipira” tirou das cordas o som de uma maria-fumaça, a Bach, “Ave Maria de Gounod”. Para ele, a noite foi de homenagens.

Tocou algumas músicas natalinas e o “Tema da vitória” –, que também ficou conhecida como a música de Ayrton Senna, e tirou nas cordas do seu violão ronco muito semelhante de um bólido de Fórmula 1. “Tears in the heaven” foi uma homenagem ao roqueiro Eric Clapton.

Revelou que a sua grande inspiração para se tornar um violonista foi Dilermano Reis. “Queria aprender a solar um violão”. Mais do que aprendeu: se tornou um dos mais importantes artistas da sua geração, em todo o mundo.
Infomações da Secretaria Municipal de Comunicação Social
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